
O desvelo que o poeta blumenauense Dennis Radünz tem pela obra de Lindolf Bell (foto ao lado) me impressiona e faz que eu seja ainda mais seu admirador. Dele e de Lygia Helena Roussenq Neves, professora e crítica de arte. "Dennis Radünz, hoje, é um dos cinco melhores poetas brasileiros nascidos de 1960 pra cá" (Paulo de Toledo, poeta e ensaísta). E também é o atual coordenador de Patrimônio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes. Fui lá no encarte especial da TeleListas 2007/2008 e vesti a carapuça da denúncia veemente de Lindolf num dos seus poemas destacados pelo Dennis.
POEMA PARA O ÍNDIO XOKLENG
(Lindolf Bell)
Se um índio xokleng
Subjaz
No teu crime branco
Limpo depois de lavar as mãos
Se a terra
De um índio xokleng
Alimenta teu gado
Que alimenta teu grito
De obediência ou morte
Se um índio xokleng
Dorme sob a terra
Que arrancaste debaixo de seus pés,
Sob a mira de tua espingarda
Dentro de teus belos olhos azuis
Se um índio xokleng
Emudeceu entre castanhas, bagas e conchas
De seus colares de festa
Graças a tua força, armadilha, raça:
Cala tua boca de vaidades
E lembra-te de tua raiva, ambição, crueldade
Veste a carapuça
E ensina teu filho
Mais que a verdade camuflada
Nos livros de história.
Um comentário:
Porreta essa poesia; nocauteou!
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