terça-feira, 22 de julho de 2008

A poesia de Lindolf Bell e o zelo de Dennis Radünz


O desvelo que o poeta blumenauense Dennis Radünz tem pela obra de Lindolf Bell (foto ao lado) me impressiona e faz que eu seja ainda mais seu admirador. Dele e de Lygia Helena Roussenq Neves, professora e crítica de arte. "Dennis Radünz, hoje, é um dos cinco melhores poetas brasileiros nascidos de 1960 pra cá" (Paulo de Toledo, poeta e ensaísta). E também é o atual coordenador de Patrimônio da Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes. Fui lá no encarte especial da TeleListas 2007/2008 e vesti a carapuça da denúncia veemente de Lindolf num dos seus poemas destacados pelo Dennis.

POEMA PARA O ÍNDIO XOKLENG
(Lindolf Bell)

Se um índio xokleng
Subjaz
No teu crime branco
Limpo depois de lavar as mãos

Se a terra
De um índio xokleng
Alimenta teu gado
Que alimenta teu grito
De obediência ou morte

Se um índio xokleng
Dorme sob a terra
Que arrancaste debaixo de seus pés,
Sob a mira de tua espingarda
Dentro de teus belos olhos azuis

Se um índio xokleng
Emudeceu entre castanhas, bagas e conchas
De seus colares de festa
Graças a tua força, armadilha, raça:
Cala tua boca de vaidades
E lembra-te de tua raiva, ambição, crueldade

Veste a carapuça
E ensina teu filho
Mais que a verdade camuflada
Nos livros de história.

Um comentário:

Anônimo disse...

Porreta essa poesia; nocauteou!